Situada no extremo norte da Colômbia, Tenuya é uma jazida arqueológica localizada na Serra de Santa Marta. O local foi redescoberto pela civilização moderna apenas recentemente, em 1972, mas era habitado pelos índios Tairona desde o século VIII a.C. até a invasão espanhola. As estimativas são de que somente 10% do sítio arqueológico tenha sido explorado até agora, o que torna esse lugar ainda mais especial e interessante.
A civilização dos taironas acabaram perecendo depois de uma série de combates bastante sangrentos contra os colonizadores espanhóis. Antes disso, essa cidade de arquitetura bastante peculiar era pano de fundo para descobertas e conhecimentos parecidos aos desenvolvidos pelos incas. A região consiste em 169 terraços esculpidos na encosta da montanha, onde antigamente estavam as casas de seus habitantes. São platôs enormes de centenas de metros quadrados de frente para uma paisagem majestosa, algo realmente impressionante. Para conhecer Teyuna, existe basicamente apenas uma opção, que é contratar alguma das agências autorizadas a entrar no local. Portanto, não é permitido a exploração do lugar por conta própria, sendo um sítio arqueológico protegido. O trekking para exploração de Teyuna pode durar de 4 dias a 5 dias, com uma extensão total de 42km. Essa trilha costuma ser feita por grupos de turistas de todas as partes do mundo, sendo sempre um laboratório incrível de experiências de vida, com as pessoas intercambiando histórias e culturas durante quase todo o tempo de caminhada. A seguir, preparamos para você um roteiro detalhado com tudo o que você deve esperar nessa jornada até a Ciudad Perdida, uma aventura digna de um filme do Indiana Jones.
Dia 1 – 7,5 km de caminhada
Às 8 da manhã, o carro da agência de turismo começa a passar buscando os turistas nos hotéis e pousadas da cidade de Santa Marta, e após um trajeto de 2 horas e meia de carro, os aventureiros desembarcam para começar a caminhada. Neste primeiro dia, os 7 quilômetros e meio caminhando são concluídos em aproximadamente 3 horas e meia, contando com algumas paradas. No início, os principais inimigos são o sol, o calor e as subidas íngremes. Mas, apesar de cansativo, este é um dia bastante tranquilo, com os grupos chegando no acampamento da primeira noite por volta das 16h. O local conta com uma estrutura relativamente boa, principalmente considerando que estamos numa região bastante isolada e de difícil acesso. Além do alojamento, ali também é oferecida uma janta e conta-se um pouco da história de Teyuna. Os turistas dormem em camas ou redes, dependendo de qual empresa de turismo tenha sido contratada para o trekking.
Dia 2 – 14 quilômetros de caminhada
O segundo dia, além de ser o mais cansativo, também é o mais cheio. Os grupos saem às 6h caminhando em direção a uma reserva indígena. Nesta primeira parada, os viajantes interagem com as tribos Wiwa e Koguí, onde também acontece o almoço. Depois de comer, são mais 4 horas e meia de caminhada, com todo o trajeto povoado pelos Koguí, o que proporciona aos turistas uma oportunidade de ver mais de perto a vida deste povo.
Nesse segundo dia de caminhada, os viajantes enfrentam um dos obstáculos mais desafiadores da jornada até Tenuya. Ao final da caminhada, já quase chegando no local de descanso, as pessoas se deparam com um rio cuja travessia pode ser feita apenas utilizando uma espécie de tirolesa na qual você embarca sentado. Nesse trecho, para garantir a segurança de todos, é obrigatório que a travessia seja feita por um de cada vez. O destino final desta vez é a Cabaña de Paraíso, onde mais uma vez os viajantes irão jantar e dormir. Além disso, esse segundo ponto de descanso também proporciona a oportunidade de se banhar em agradáveis águas de piscinas naturais do rio Buritaca.
Dia 3 – Chegando à Cidade Perdida
Saindo de Paraíso, basta uma hora de caminhada margeando o rio para chegar à escadaria que dá acesso à Cidade Perdida de Teyuna. O único detalhe é que a escadaria é formada por 1200 degraus de pedra, não muito fáceis de subir… uma jornada bastante cansativa! Uma vez na cidade perdida, os turistas se sentem recompensados por todo o esforço. Sâo 2km² de área por onde se espalham os grandes terraços de frente para a montanha. O tour dentro do local arqueológico tem em média 4 horas de duração, com os guias sempre explicando detalhadamente tudo sobre a história de Teyuna e dos índios Tairona. É incrível pensar, por exemplo, que os povos dessa cidade aproveitavam de toda a verticalidade de seu território para plantar diversos tipos de alimentos, já que as condições do solo variam com a altitude. Neste mesmo dia, os viajantes começam o caminho de volta para Santa Marta. Descer os milhares de degraus é a parte mais difícil da volta. O almoço se dá na própria cabana Paraíso, onde o dia começou, e depois se caminha mais 3 horas e meia até a cana Wiwa, onde os guias dão aulas e explicações mais detalhadas sobre as comunidades e as crenças indígena. Serve-se a janta e todos descansam para o dia final de aventura.
Dia 4 – Regressando a Santa Marta
O último dia é marcado por subidas, descidas e uma longa caminhada até o povoado El Mamey, onde o trekking teve início, dois dias antes. A ideia é chegar de volta à cidade de Santa Marta ainda antes do anoitecer. Durante esse dia o clima geral costuma ser de muita conversa e descontração, com os grupos aproveitando os últimos momentos da aventura, todos de alma lavada e contagiados pela mágica de ter conhecido o local habitado por uma das civilizações mais antigas do nosso continente.